SELO DE SALOMÃO

SELO DE SALOMÃO
MAÇONARIA MÍSTICA, OPERATIVA E ESPECULATIVA - "GOSP" (V.I.T.R.I.O.L.) החירות האחווה שוויון - שלום עלי אדמות - www.fraternidadesetima.mvu.com,br

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A HISTÓRIA DO DEMÔNIO

QQuer.'. IIr.'.

S.'.F.'.U.'.


A HISTÓRIA DO DEMÔNIO

Um dos personagens que mais inspirou e povoou as lendas do imaginário em nossa civilização, foi o demônio. Neste texto será analisado um breve retrospecto de sua história, desde a seqüência dos escritos bíblicos que se referem à formação do personagem, até sua transformação em entidade maligna. Será também analisada qual a sua concepção desde o final da antiguidade, passando pela Idade Média, até chegar aos dias de hoje.
Nos primórdios das tribos hebraicas começaram a ser escritos os primeiros livros que iriam ser incorporados à Bíblia tal qual a conhecemos hoje. Todas as crenças da época presumiam a existência de diversos deuses, exceto os hebreus, que acreditavam em um único Deus, poderoso, supremo e criador de tudo de nome Yaveh. Não havia qualquer outra entidade que não fosse sua criação, ou pudesse a ele se contrapor.
A entidade maligna que conhecemos atualmente, o demônio, tardou a ser reconhecido como tal, surgindo a princípio como um simples personagem. Demônio é uma palavra grega que significa de atuação divina. Devemos entender também, que os diversos nomes que a ele se referem têm diferentes origens, e progressivamente se fundiram até tornar-se oficialmente a entidade maligna.
No Salmo 95:3 é dito explicitamente que Deus está acima de todos os deuses. Lilith, Azazel, Leviathan, Rahab, Astaroth, Belzebu, Lúcifer e muitos outros que compunham a hierarquia dos caldeus foram incorporados durante o cativeiro no século VI a.C.. Nessa época, a palavra demônio era atribuída aos espíritos, tanto “bons” quanto “maus”.
Satã, que significa opor, hostilizar, caluniar, acusar, surge no livro de Jô, onde é citado como um filho de Deus que causa tormentos. Em A vida de Adão e Eva, Satã é referido como um anjo caído, um rebelde que incitou diversos anjos à desobediência. Quando Satã se tornou o Diabo (do grego: aquele que leva à juízo), passa de acusador a tentador, tornando assim uma entidade maligna. É então fundido à hierarquia dos caldeus, o que faz com que os demônios, que antes eram bons e maus, tornem-se maus por excelência. Nos séculos II a.C. e I a.C., foi desenvolvida uma vasta literatura demonológica. No Testamento dos Doze Patriarcas (109-106 a.C.), aparece uma clara referência a Belial, como inimigo de Deus, disputando a soberania dos humanos, sendo que apenas no Novo Testamento, em especial nos Evangelhos, no Apocalipse e outros livros que não compuseram a Bíblia, é que Satã começa a ser reconhecido como o grade inimigo de Deus.
Com o cristianismo, inspirado no zoroastrismo, surge então uma “perfeita” divisão entre o bem e o mal: o Reino de Cristo e o Reino do Diabo. Em Atos 26:18 é atribuído a Paulo ir às nações pagãs “para lhes abrir os olhos a fim de que se convertam das trevas à luz, e do poder de Satanás à Deus”. Nesta passagem bíblica, é dito nitidamente que os deuses de outras nações são malignos, o que transparece um extrema intolerância cristã em admitir outras culturas religiosas, em virtude de se imaginarem como religião única, universal, e com a necessidade de converter o mundo inteiro. Assim, as chamadas “guerras santas”, travadas na Idade Média, tinham como objetivo impor o cristianismo.
No período que vai da Roma Antiga à Idade Média, milhares de fatores levaram o cristianismo a se fortalecer, de maneira que em seu ápice era ser cristão ou ser cristão, em praticamente toda a Europa. Desta forma, a igreja começa a deter o monopólio intelectual, levando o homem a parar de buscar explicações racionais aos fatos, contentando-se apenas com o que era por ela transmitido.
A extrema precariedade em que a população vivia, cercada de pestes, epidemias, e sem perspectivas de melhora, tinha como única motivação seguir os “mandamentos de Deus” em busca de uma “vida em outro lugar”, que talvez fosse melhor. Não podiam correr riscos de sofrer tentações e serem eternamente queimados no fogo do inferno. Assim, o Diabo tornou-se cada vez mais temido, transformando-se em um dos fatores de sustentação ao poder da igreja, que vinha servir de orientação às pessoas a seguirem Deus, em sua “eterna disputa” com o Diabo pelas almas humanas. Esse medo foi muito explorado pela igreja com rituais de exorcismo, sendo que tudo o que era belo e doce deveria ser evitado, pois o que não havia explicação era atribuído ao Diabo.
Quando foi instituído o Tribunal do Santo Ofício da Inquisição, a igreja podia condenar à fogueira qualquer pessoa, através de um julgamento sem muitos critérios, sempre alegando ao réu uma relação com o demônio. O período que sucede a isso é marcado por uma intensa fobia de caça às bruxas.
Progressivamente, a igreja católica vai perdendo suas forças, levando-a a fazer profundas reformas. Novas religiões surgiram, e o velho exorcismo voltou a ser explorado com fins lucrativos na sociedade atual. Pessoas que não tiveram estudos para conhecer a ciência, e saber que tudo isso não passa de industria da fé, enriquecem de maneira assustadora as igrejas evangélicas, que açulam fortunas, chegando até a comprar redes de rádio e televisão, sempre vendendo a falsa cura de falsos males do inferno.
Acreditando estar incorporadas pelo demônio, essas pessoas manifestam sinais de possessão. A ciência já prova que muitas vezes isto não passa de uma hipnose, ou indução barata, de modo que qualquer psicólogo ou psicanalista é habilitado a fazer tal demonstração, idêntico à maneira que os pastores fazem, surtindo efeitos simétricos. Isto é abusar da boa vontade e da ignorância do povo. É um absurdo atribuir isto à entidades demoníacas, ou espíritos malignos, se é que eles existem em algum lugar que não seja nos livros e no imaginário do povo.


T.'.F.'.A.'.

João Luiz Coyado Reverte.'. M.'.M.'.

Nenhum comentário:

Postar um comentário