SELO DE SALOMÃO

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sábado, 7 de maio de 2011

O MESTRE


(Publicado na revista O Pensamento - mai/jun/99)
 
 
Sem saber o que fazer vagava o Mestre despreocupado por entre a obra quando se deparou com um Aprendiz que, concentrado, examinava uma pedra ainda não totalmente desbastada. Querendo mostrar sua força e sua autoridade, dirigiu-se ao obreiro:
- Aprendiz, a tua pedra não está devidamente desbastada. Acaso pensas em dá-la como acabada?
- Mas, Mestre esta pedra...
- Não será negligenciando nas tuas tarefas que um dia pretendes chegar onde hoje estou. Não penses que o mestrado é conseguido sem sacrifícios e pouco trabalho.
- Mas, Mestre, eu...
- Não me parece que os ensinamentos tenham sido por ti bem assimilados. Vede o estado em que se encontra esta pedra. Toda disforme e cheia de imperfeições. Já imaginastes as conseqüências que acarretaria o seu assentamento na obra? Por certo não iria se encaixar convenientemente e, além disso, colocaria em risco o próprio andamento da construção
- Mas, Mestre, eu gostaria de...
- Não me interrompas enquanto falo. Um aprendiz deve saber comportar-se diante de seu Mestre. Não estou gostando do teu comportamento nem de teu jeito desleixado de trabalhar. Olha só esse avental, todo sujo, e essas ferramentas em péssimo estado de conservação. Agora olha para mim. Vê meus paramentos, imaculados, e meus utensílios de trabalho perfeitamente conservados, como novos. Não te serve de lição ver tão gritante comparação? Acaso não te sirvo de exemplo? E vamos deixar de conversa; trata de trabalhar que o tempo é curto. Como castigo, para que não sejas tão negligente, deverás terminar o desbaste desta pedra, mesmo no teu horário de descanso.
- Mas, Mestre, eu gostaria de explicar que...
- Não irei perder mais meu tempo contigo! Faze o que determinei e estamos conversados!
Afastando-se, o Mestre sai satisfeito e orgulhoso por ter sido severo e demonstrado sua autoridade, deixando o aprendiz matutando:
- Puxa vida! Eu queria explicar ao Mestre que esta pedra está aqui desde quando ELE ERA APRENDIZ E, NA PRESSA DE AUMENTAR O SEU SALÁRIO, NÃO A DESBASTOU CONVENIENTEMENTE. Todas as minhas pedras foram aproveitadas na obra, razão pela qual meu avental está sujo e minhas ferramentas desgastadas pelo uso. Além disso, estou no meu horário de descanso e aproveitava o tempo para concluir o desbaste desta pedra que está aqui desde a promoção do Mestre.
O Mestre deve ter razão e deve estar muito preocupado com seus afazeres para se importar com uma simples pedra bruta. O melhor mesmo é terminar esta pedra e deixá-la pronta para o polimento.
Pensando melhor, não seria mais conveniente eu deixar esta pedra, que não é minha, de lado e preocupar-me em aumentar meu salário e ser igual ao Meu Mestre?



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