SELO DE SALOMÃO

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MAÇONARIA MÍSTICA, OPERATIVA E ESPECULATIVA - "GOSP" (V.I.T.R.I.O.L.) החירות האחווה שוויון - שלום עלי אדמות - www.fraternidadesetima.mvu.com,br

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

LANDMARKS - CLASSIFICAÇÃO DE PIKE




image0012.jpg - 86801 Bytes



Do livro "Análise da Constituição de Anderson"

 Editora A Trolha - 1995

José Castellani



A palavra inglesa "landmark", literalmente, significa marco de limite, marco miliário; figuradamente,significa ponto de referência. No idioma vernáculo, podem ser usados os termos limite, ou lindeiro.
Limite, do latim: lime, itis,designa a linha de demarcação existente entre terrenos, ou territórios contíguos; o marco, a baliza, a raia, ou fronteira natural, que separa um país de outro; o ponto máximo, que não se deve, ou não se pode ultrapassar.
Lindeiro, com a mesma origem etimológica, designa o que é relativo a linde, ou seja, limite, raia, marco, baliza.   Também se usa a forma landmark.    
O vocábulo "landmark" surge, pela primeira vez, na compilação dos Regulamentos Gerais de 1721, incluídos na Constituição de Anderson, onde o 39º e último dos regulamentos diz:
"Cada Grande Loja anual tem o inerente poder e autoridade para modificar este Regulamento, ou redigir um novo, em benefício da Fraternidade, contanto que sejam mantidos invariáveis  os antigos landmarks....
"A Assembléia Geral de 25 de novembro de 1723, da Premier Grand Lodge, todavia, resolvia substituir o termo "landmark" por "rule", que significaREGRA e que já iria constar nas edições seguintes do Livro das Constituições.

Desta maneira, pode-se concluir que a Regras, ou Landmarks, não eram aquelas expressas nos Regulamentos Gerais, mas, sim, normas não escritas.
Considerando, então, que existiam esses limites, que regulam a atividade e o comportamento ético dos obreiros, consuetudinários, ou já expressos na Constituição de Anderson, surgiram, a partir da metade do século XIX, diversas classificações de landmarks, com maior ou menor número deles.
E a maior parte não resiste a uma análise crítica profunda, pois a maior parte dos conceitos nelas alinhavados não representais reais antigos limites, ou antigos e universais costumes da Ordem, os quais, paulatinamente, foram sendo estabelecidos, como regras básicas da atuação maçônica.
Na realidade, para que uma regra seja considerada um verdadeiro limite, ela deve ser imemorial, espontânea e universalmente aceita, o que, na verdade, não ocorre com a quase totalidade das classificações conhecidas (mais de 60).
O conceito de imemorial, significa que uma regra, para ser um lindeiro, deve ter uma antigüidade suficiente para que não se possa estabelecer, no tempo, a sua origem. O de espontânea, significa que um verdadeiro landmarque não tem autor conhecido, mas foi gerado pelo uso da comunidade.
O conceito de universal aceitação, significa que uma norma só aceita em algumas comunidades não é um legítimo limite, mas, sim, uma regra particular de conduta.
As cinco principais classificações são as de Findel, Pike, Mackey, Pound e Berthelon. A de Pike é, de longe, a mais sensata de todas.    

Classificação de Pike

Albert Pike (1809-1891) foi um célebre maçom norte-americano, nascido em Boston. Poeta, advogado e militar --- que chegou ao generalato --- foi Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho da Jurisdição Sul dos Estados Unidos.
Sua obra principal é "Morals and Dogma", de 1871, onde estuda os Altos Graus, um a um.
Sua classificação de landmarks foi resultado de um amplo estudo e de uma arrasadora e erudita crítica contra o emaranhado de falsos limites, apresentados pelos autores da época, incluído, aí, o seu discípulo Albert Gallatin Mackey. Para Pike, os landmarks são apenas cinco:
1º - A necessidade dos maçons  reunirem-se em Lojas;
2º - O governo de cada Loja por um Venerável Mestre e dois Vigilantes;
3º - A crença no Grande Arquiteto do Universo e numa vida futura ;
4º - A cobertura dos trabalhos da Loja ;
5º - A proibição da divulgação dos segredos da Maçonaria, ou seja, o sigilo maçônico.
Pouco há a comentar sobre um trabalho como esse, bastando dizer o seguinte: todas as regras relacionadas são verdadeiros landmarks; e é a única classificação conhecida em que isso ocorre. Mesmo que alguns autores contestem uma ou outra dessas regras, nenhum deles pode deixar de reconhecer essa verdade. Subsidiariamente, é forçoso que se note que, nesta classificação, não consta a iniciação exclusiva de homens, que sejam livres e não mutilados.
Pela sua erudição maçônica, pela síntese absoluta que faz em sua relação de limites, e por relacionar somente verdadeiros landmarks, Pike, com sua compilação, é que deveria merecer a maior credibilidade dos maçons.
Lamentavelmente, não é isso que acontece nos países latinos, onde a classificação de Mackey reina soberana, sendo, quase sempre a única conhecida e tomada como lei incontestável, embora seja uma das mais falhas e mais mentalmente castradoras de todas as compilações existentestendo vinte, das vinte e cinco regras, que não são verdadeiros landmarks e não tendo prestígio nem dos Estados Unidos da Amárica, país natal de Mackey, onde só quatro das cinqüenta e duas Grandes Lojas a aceitam, em segundo plano. Pois a Lei Maior é a Constituição dessas Grandes Lojas.





GENERAL REGULATIONS OF A FREE MASON
as contained in Anderson's Constitutions of the Freemasons, published 1723
I …
II…
III…
IV…
V…
XXXIX. Every Annual Grand Lodge has an inherent Power and Authority to make new Regulations, or to alter these, for the real Benefits of this ancient Fraternity: Provided always that the old Landmarks[1] be carefully preserv’d, and that such Alterations and new Regulations be proposed and agreed to at the third Quarterly Communication preceding the Annual Grand Feast, and that they be offered also to the Perusal of all the Brethren before Dinner, in writing, even of the youngest Apprentice, the Approbation and Consent of the Majority of all the Brethren present being absolutely necessary to make the same binding and obligatory; which must, after Dinner and after the new Grand Master is install’d, be solemnly desir’d; as it was desir’d and obtained for these Regulations, when propos'd by the Grand Lodge, to about 150 Brethren on St. John Baptist's Day, 1721.
XXXIX - Em todo comunicado anual a Grande Loja tem o poder ou autoridade que lhe é inerente, de fazer novos regulamentos, ou alterar estes, para o real benefício dessa Antiga Fraternidade. Contanto que todos os Marcos sejam preservados, e que as alterações e novos regulamentos sejam propostos e aprovados no terceiro Comunicado trimestral após a grande festividade anual, e que devem ser oferecidos à apreciação dos Irmãos, por escrito, antes do jantar, mesmo ao mais jovem Aprendiz. A aprovação e consenso da maioria dos Irmãos presentes se faz absolutamente necessário para que os mesmos se façam obrigatórios; e que devem, após o jantar, e após o novo Grão-Mestre ser empossado, ser solenemente almejados, assim como o foram almejados e conseguidos esses regulamentos; propostos pela Grande Loja a cerca de 150 Irmãos no ano de 1721, no Dia de São João Batista.



[1] Landmarks = Marco de limite; marco miliário; figuradamente, significa ponto de referência. Então quando James Anderson citou naquela época o vocábulo “Landmark” estava ele, se referido as antigas leis (regulamentos) dos nossos antepassados, os quais até a presente data, nada se sabe ao que James Anderson se referiu, pois nada ficou registrado em livros ou pergaminhos. Já os “Landmarks” atuais, ou seja, posterior aos “Antigos e Verdadeiros Landmarks” nada têm de sustentabilidade. Ou seja, são “apócrifos”. Entre esses landmarks “apócrifos” encontra-se o famoso conjunto de 25 Landmarks de autoria do Irmão Alberto Mackey.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

OS 33 GRAUS DO R/E/A/A/


O aprendizado maçom está dividido por etapas. Cada etapa é desenvolvida numa Câmara própria, com seus respectivos graus.

São elas: Lojas Simbólicas (do 1° ao 3° grau), Lojas de Perfeição (do 4° ao 14° grau),
Capítulos (do 15° ao 18° grau), Conselhos de Kadosch (do 19° ao 30° grau), Consistórios (31° e 32° graus) e Supremo Conselho (33° grau).

1°GRAU : APRENDIZ - O Aprendiz deve, acima de tudo, saber aprender. É o primeiro contato com o
Simbolismo Maçônico. Aprende as funções de cada um no templo e sempre busca o desenvolvimento das virtudes e a eliminação dos vícios. Muitos maçons antigos afirmam que este é o mais importante de todos os graus.

2°GRAU : COMPANHEIRO - A fase de Companheiro propicia ao maçom um excepcional           conhecimento de símbolos, além de avanços ritualísticos e desenvolvimento do caráter.

3°GRAU : MESTRE - É o chamado grau da plenitude maçônica. No âmbito do Simbolismo (Lojas
Simbólicas)é o grau mais elevado que permite ocupar quaisquer cargos. O Mestre possui conhecimentos elevados da história e objetivos maçônicos.

4°GRAU : MESTRE SECRETO - Neste grau, além de outros conhecimentos, o maçom aprende as virtudes do Silêncio. Avança, fantasticamente, no conhecimento de símbolos utilizados na Maçonaria em geral.

5°GRAU : MESTRE PERFEITO - Aprende-se no 5o. grau a meditação interior. Privilegia este grau, o
princípio moral de render culto à memória de honrados antepassados. Completa o conhecimento dos graus anteriores.

6°GRAU : SECRETÁRIO ÍNTIMO ou MESTRE POR CURIOSIDADE - É dedicado à necessidade de se buscar o conhecimento, sem o qual não há progresso. Contudo, adverte para a vã curiosidade, apaz de gerar malefícios. Investiga-se a miséria social e as maneiras de combatê-las, dentre
outras coisas.

7°GRAU : PREBOSTE E JUIZ ou MESTRE IRLANDÊS - Neste grau estuda-se a eqüidade, os princípios da Justiça, o Direito Natural e alguns princípios éticos da liderança.

8°GRAU : INTENDENTE DOS EDIFÍCIOS ou MESTRE EM ISRAEL - Dedica-se a estudar a fraternidade do homem através de valores como o trabalho e o direito à propriedade. Combate à hipocrisia, à ambição e à ignorância.

9°GRAU : MESTRE ELEITO DOS NOVE - Estuda-se a realidade dos ciclos, as forças negativas e a força da reconstrução.

10° GRAU : MESTRE ELEITO DOS QUINZE - Estuda-se a extinção de todas as paixões e as tendências pouco proveitosas, censuráveis.

11° GRAU :SUBLIME CAVALEIRO ELEITO ou CAVALEIRO ELEITO DOS DOZE - Dedica-se à regeneração.

12° GRAU : GRÃO-MESTRE ARQUITETO - Estuda o poder da representação popular.

13° GRAU : CAVALEIRO REAL ARCO - Estuda os magos pontífices do Egito e de Jerusalém.

14° GRAU : GRANDE ELEITO ou PERFEITO E SUBLIME MAÇOM - É o grau mais alto das Lojas de Perfeição. Proclama o direito inalienável da liberdade da consciência. Defende uma educação digna para que o homem possa ter governantes que assegure direitos e obrigações compatíveis.

15° GRAU : CAVALEIRO DO ORIENTE - Dedica-se à luta incessante para o progresso pela razão.

16° GRAU : PRÍNCIPE DE JERUSALÉM - Estuda a vitória da liberdade como consequência da coragem e perseverança.

17° GRAU : CAVALEIRO DO ORIENTE E DO OCIDENTE - Explora o Direito de reunião.

18° GRAU : CAVALEIRO ROSA-CRUZ - É dedicado ao triunfo da Luz sobre as Trevas. É a libertação pelo Amor.

19° GRAU : GRANDE PONTÍFICE - Fala sobre o triunfo da Verdade, estuda o pontificado.

20° GRAU : MESTRE AD VITAM - É consagrado aos deveres dos Chefes das Lojas Maçônicas.

21° GRAU : NOAQUITA ou CAVALEIRO PRUSSIANO - Estuda os perigos da ambição e o arrependimento sincero.

22° GRAU : CAVALEIRO DO REAL MACHADO ou PRÍNCIPE DO LÍBANO - Estuda o trabalho
comopropagador de sentimentos nobres e generosos.

23° GRAU : CHEFE DO TABERNÁCULO - Dedica-se à vigilância dos valores propagados pela Ordem e ao combate da superstição.

24° GRAU : PRÍNCIPE DO TABERNÁCULO - Dedica-se à conservação das doutrinas maçônicas.

25° GRAU : CAVALEIRO DA SERPENTE DE BRONZE - Dedica-se ao combate ao despotismo.

26° GRAU : PRÍNCIPE DA MERCÊ ou ESCOCÊS TRINITÁRIO - Estuda princípios de organização social através da Igualdade e Harmonia.

27° GRAU : GRANDE COMENDADOR DO TEMPLO - Defende princípios de governo democrático.

28° GRAU : CAVALEIRO DO SOL ou PRÍNCIPE ADEPTO - Estuda a Verdade.

29° GRAU : GRANDE ESCOCÊS DE SANTO ANDRÉ - É dedicado à antiga Maçonaria da Escócia.

30° GRAU :CAVALEIRO KADOSCH - Fecha o ciclo de estudos no Kadosch. É um grau de estudos profundos a respeito do Simbolismo e Filosofia maçônicos.

31° GRAU : GRANDE JUIZ COMENDADOR ou INSPETOR INQUISIDOR COMENDADOR - Estuda o exame de consciência detalhado. Só os conscientes podem ser justos.Estuda-se História.
32° GRAU : SUBLIME CAVALEIRO DO REAL SEGREDO : Estuda o poder militar.

33° GRAU : SOBERANO GRANDE INSPETOR GERAL : É o último grau. Fecha o ciclo de estudos. É, em última análise, o maçom mais responsável ( pois todos o são!) pelos destinos da Maçonaria no país (no que tange ao Filosofismo).É o guardião, mestre e condutor da Maçonaria.

OBS.: O objetivo foi dar uma visão geral de cada um dos graus. Evidentemente os mesmos tem muito mais conteúdo do que foi comentado.
Bons livros de Maçonaria, dedicados ao público em geral, podem - com certeza - subsidiar de forma mais apropriada àquele que pretenda saber mais.
Há livros que comentam quase tudo da Maçonaria.
Os verdadeiros segredos, contudo, permanecem exclusivos: palavras de passe, os toques e os diversos sinais.
 LGVenelli

MAÇONARIA & INTERNET


                                

Existe uma turma mais conservadora na Maçonaria que acredita ser a Internet a decadência da Maçonaria. Para esses, a Internet vem promovendo uma “banalização” da tradição e ensinamentos maçônicos ao tornar acessível todo tipo de material literário maçônico que se possa imaginar.
O engraçado é que, enquanto a Internet é algo relativamente jovem, tendo mal alcançado sua maioridade, faz pelo menos três séculos que a Maçonaria tem enfrentado ataques, através principalmente de livros e bulas papais. A Internet é apenas um meio de comunicação. Não é a Internet que causa algum mal à Maçonaria, senão a ignorância,  a intolerância e o fanatismo dos homens.
Faça um exercício simples: vá até um parente ou amigo que não seja maçom e pergunte se ele já visitou algum site ou blog de maçonaria. Provavelmente você escutará um não, por não ser um assunto de interesse dele. Na Internet, assim como em qualquer outro meio, a literatura não cai no seu colo, você tem que procurar. E só procura por um tema aquele que se interessa por ele. Aqueles que leem sobre Maçonaria na Internet são, quase que em totalidade, maçons. Os curiosos são pouquíssimos, e para esses há também uma infinidade de livros nas livrarias e bibliotecas de todo o país. A culpa definitivamente não é da Internet.
Faça um outro exercício: pesquise os sites antimaçônicos na Internet. Esses sites argumentam de forma intolerante contra a maçonaria e realizam interpretações literais distorcidas e equivocadas de frases isoladas de obras maçônicas. Verifique se as fontes maçônicas usadas por esses movimentos fanáticos são sites da Internet ou se são livros. Você irá descobrir que utilizam uma densa bibliografia maçônica de autores consagrados como Pike, Mackey e Oliver. Mas nenhum site ou blog maçônico.
Mesmo assim, o preconceito dos mais conservadores para com a Maçonaria na Internet e os Irmãos que a promovem ainda é forte.  E por conta disso, pode-se ver um grande contraste de conceitos dentro da instituição: Por um lado, você tem os maçons escritores de livros, cujos livros estão disponibilizados nas livrarias de qualquer Shopping do país, acessíveis a qualquer um disposto a pagar. Esses são considerados pelos conservadores como os intelectuais de maçonaria, imortalizados pelas páginas impressas. Por outro, você tem os maçons blogueiros, cujos blogs proporcionam literatura maçônica diária, gratuita e de qualidade aos irmãos. Esses últimos são considerados pelos conservadores muitas vezes como os traidores da Ordem.
Mas a verdade é que tanto o autor de livros como o blogueiro fazem a mesma coisa: escrevem. Ambos são escritores, apenas publicando em formatos diferentes. Não se deve julgá-los pelo meio de publicação e sim pelo conteúdo que produzem.
Há ainda outros pontos a serem considerados:
No caso dos livros maçônicos publicados, seus preços são relativamente altos, visto a leitura ser específica, não havendo economia de escala; há a necessidade do Irmão se deslocar até uma grande livraria ou comprar pela internet, o que gera um custo de frete e demanda tempo; são poucas as editoras que publicam o gênero, o que faz com que as obras demorem muito a serem publicadas. Em contrapartida, as editoras servem como “filtro”, em que grandes aberrações não costumam ser publicadas, além dos livros serem mais densos, proporcionando conteúdo mais completo sobre o tema abordado.
Já no caso dos blogs maçônicos, o prazo entre a produção e a publicação é praticamente inexistente, assim como o prazo para acesso ao conteúdo; os escritores não são reféns da boa vontade de editoras; o conteúdo é gratuito e a publicação e distribuição não ficam restritas geograficamente. Em contrapartida, não existe um “filtro de qualidade”, o qual deve ser feito pelo próprio leitor, e o conteúdo é, necessariamente, resumido.
Enfim, cada meio possui os seus prós e contras. O sociólogo canadense McLuhan estava certo em sua afirmação de que “o meio é a mensagem”, pois o meio impacta diretamente no formato e modo de transmissão da mensagem, e consequentemente sua absorção. Mas até McLuhan manteve o conteúdo isento de tal conceito.
O que o maçom de hoje precisa ter em mente é que esse é o mundo em que vivemos. Blogueiros são convidados para cobrirem grandes eventos, entrevistam presidentes da república e dão entrevistas para rádios, revistas e programas de TV. Um curioso não descobrirá mais ou menos sobre maçonaria com um blog do que visitando uma livraria ou biblioteca pública. Seja livro, blog, revista, site ou jornal, todos são escritores, e quase nunca se restringem a um único meio.
Por isso, valorize o escritor maçônico. Valorize aqueles Irmãos que se preocupam em compartilhar conhecimento com os demais. O meio pouco importa, desde que o conteúdo chegue aos Irmãos, faça-os refletir e colabore em seus desenvolvimentos.
Postado por Kennyo Ismail

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Didaquê - A Instrução dos Doze Apóstolos



Os doze apóstolos


O “Didaquê” ou “Instrução dos Doze Apóstolos” é um documento cristão – constituído de dezesseis capítulos - que foi descoberto em um mosteiro de Constantinopla, em 1873,  pouco conhecido há quem considere embora uma pequena obra, que ele seja de grandioso valor histórico e teológico. Dada a sua importância e utilização para a igreja primitiva era tanta que houve até uma possibilidade  de ser escrita na cânon do Novo Testamento – este que foi estabelecido somente no século IV.
A maior divergência a cerca do Didaquê seria quanto a sua datação, pois, alguns estudiosos estimam que ele tenha sido escrito anteriormente a destruição do templo de Jerusalém, entre os anos 60 e 70 d.C, já outros estimam que ter sido escrito entre os anos 70 e 90 d.C., contudo são coesos quanto à origem sendo na Palestina ou Síria e que tenha sido escrito por mais de uma pessoa. Quanto a sua autenticidade, é de senso comum que o mesmo não tenha sido escrito pelos doze apóstolos, mas estudiosos acreditam na junção de fontes orais tendo recebido tais ensinos que resultaram na elaboração do mesmo.
Pouco conhecido ainda hoje, é um tanto como intrigante a análise deste manuscrito ao lê-lo. Abaixo em uma parte dos capítulos e seus versículos, pode-se perceber que o livro vai contra a basicamente o que algumas igrejas cristãs vivem na atualidade, quanto a seus pastores e ao que pregam e doutrinas adotadas hoje por esta mesma maioria.


Parte I - O Caminho da Vida e o Caminho da Morte

CAPÍTULO I

1. Existem dois caminhos: o caminho da vida e o caminho da morte. Há uma grande diferença entre os dois.
2. Este é o caminho da vida: primeiro, ame a Deus que o criou; segundo, ame a seu próximo como a si mesmo. Não faça ao outro aquilo que você não quer que façam a você.
3. Este é o ensinamento derivado dessas palavras: bendiga aqueles que o amaldiçoam, reze por seus inimigos e jejue por aqueles que o perseguem. Ora, se você ama aqueles que o amam, que graça você merece? Os pagãos também não fazem o mesmo? Quanto a você, ame aqueles que o odeiam e assim você não terá nenhum inimigo.
4. Não se deixe levar pelo instinto. Se alguém lhe bofeteia na face direita, ofereça-lhe também a outra face e assim você será perfeito. Se alguém o obriga a acompanhá-lo por um quilômetro, acompanhe-o por dois. Se alguém lhe tira o manto, ofereça-lhe também a túnica. Se alguém toma alguma coisa que lhe pertence, não a peça de volta porque não é direito.
5. Dê a quem lhe pede e não peças de volta pois o Pai quer que os seus bens sejam dados a todos. Bem-aventurado aquele que dá conforme o mandamento pois será considerado inocente. Ai daquele que recebe: se pede por estar necessitado, será considerado inocente; mas se recebeu sem necessidade, prestará contas do motivo e da finalidade. Será posto na prisão e será interrogado sobre o que fez... e daí não sairá até que devolva o último centavo.
6. Sobre isso também foi dito: que a sua esmola fique suando nas suas mãos até que você saiba para quem a está dando.

CAPÍTULO II

1. O segundo mandamento da instrução é:
2. Não mate, não cometa adultério, não corrompa os jovens, não fornique, não roube, não pratique a magia nem a feitiçaria. Não mate a criança no seio de sua mãe e nem depois que ela tenha nascido.
3. Não cobice os bens alheios, não cometa falso juramento, nem preste falso testemunho, não seja maldoso, nem vingativo.
4. Não tenha duplo pensamento ou linguajar pois o duplo sentido é armadilha fatal.
5. A sua palavra não deve ser em vão, mas comprovada na prática.
6. Não seja avarento, nem ladrão, nem fingido, nem malicioso, nem soberbo. Não planeje o mal contra o seu próximo.
7. Não odeie a ninguém, mas corrija alguns, reze por outros e ame ainda aos outros, mais até do que a si mesmo.

CAPÍTULO III

1. Filho, procure evitar tudo aquilo que é mau e tudo que se parece com o mal.
2. Não seja colérico porque a ira conduz à morte. Não seja ciumento também, nem briguento ou violento, pois o homicídio nasce de todas essas coisas.
3. Filho, não cobice as mulheres pois a cobiça leva à fornicação. Evite falar palavras obscenas e olhar maliciosamente já que os adultérios surgem dessas coisas.
4. Filho, não se aproxime da adivinhação porque ela leva à idolatria. Não pratique encantamentos, astrologia ou purificações, nem queira ver ou ouvir sobre isso, pois disso tudo nasce a idolatria.
5. Filho, não seja mentiroso pois a mentira leva ao roubo. Não persiga o dinheiro nem cobice a fama porque os roubos nascem dessas coisas.
6. Filho, não fale demais pois falar muito leva à blasfêmia. Não seja insolente, nem tenha mente perversa porque as blasfêmias nascem dessas coisas.
7. Seja manso pois os mansos herdarão a terra.
8. Seja paciente, misericordioso, sem maldade, tranquilo e bondoso. Respeite sempre as palavras que você escutou.
9. Não louve a si mesmo, nem se entrege à insolência. Não se junte com os poderosos, mas aproxima dos justos e pobres.
10. Aceite tudo o que acontece contigo como coisa boa e saiba que nada acontece sem a permissão de Deus.

CAPÍTULO IV

1. Filho, lembre-se dia e noite daquele que prega a Palavra de Deus para você. Honre-o como se fosse o próprio Senhor, pois Ele está presente onde a soberania do Senhor é anunciada.
2. Procure estar todos os dias na companhia dos fiéis para encontrar forças em suas palavras.
3. Não provoque divisão. Ao contrário, reconcilia aqueles que brigam entre si. Julgue de forma justa e corrija as culpas sem distinguir as pessoas.
4. Não hesite sobre o que vai acontecer.
5. Não te pareças com aqueles que dão a mão quando precisam e a retiram quando devem dar.
6. Se o trabalho de suas mãos te rendem algo, as ofereça como reparação pelos seus pecados.
7. Não hesite em dar, nem dê reclamando porque, na verdade, você sabe quem realmente pagou sua recompensa.
8. Não rejeite o necessitado. Compartilhe tudo com seu irmão e não diga que as coisas são apenas suas. Se vocês estão unidos nas coisas imortais, tanto mais estarão nas coisas perecíveis.
9. Não se descuide de seu filho ou filha. Muito pelo contrário, desde a infância instrua-os a temer a Deus.
10. Não dê ordens com rudeza ao seu escravo ou escrava pois eles também esperam no mesmo Deus que você; assim, não perderão o temor de Deus, que está acima de todos. Certamente Ele não virá chamar a pessoa pela aparência, mas somente aqueles que foram preparados pelo Espírito.
11. Quanto a vocês, escravos, obedeçam aos seus senhores, com todo o respeito e reverência, como à própria imagem de Deus.
12. Deteste toda a hipocrisia e tudo aquilo que não agrada o Senhor.
13. Não viole os mandamentos do Senhor. Guarde tudo aquilo que você recebeu: não acrescente ou retire nada.
14. Confesse seus pecados na reunião dos fiéis e não comece a orar estando com má consciência. Este é o caminho da vida.

CAPÍTULO V

1. Este é o caminho da morte: primeiro, é mau e cheio de maldições - homicídios, adultérios, paixões, fornicações, roubos, idolatria, magias, feitiçarias, rapinas, falsos testemunhos, hipocrisias, coração com duplo sentido, fraudes, orgulho, maldades, arrogância, avareza, palavras obscenas, ciúmes, insolência, altivez, ostentação e falta de temor de Deus.
2. Nesse caminho trilham os perseguidores dos justos, os inimigos da verdade, os amantes da mentira, os ignorantes da justiça, os que não desejam o bem nem o justo julgamento, os que não praticam o bem mas o mal. A calma e a paciência estão longe deles. Estes amam as coisas vãs, são ávidos por recompensas, não se compadecem com os pobres, não se importam com os perseguidos, não reconhecem o Criador. São também assassinos de crianças, corruptores da imagem de Deus, desprezam os necessitados, oprimem os aflitos, defendem os ricos, julgam injustamente os pobres e, finalmente, são pecadores consumados. Filho, afaste-se disso tudo.

CAPÍTULO VI

1. Fique atento para que ninguém o afaste do caminho da instrução, pois quem faz isso ensina coisas que não pertencem a Deus.
2. Você será perfeito se conseguir carregar todo o jugo do Senhor. Se isso não for possível, faça o que puder.
3. A respeito da comida, observe o que puder. Não coma nada do que é sacrificado aos ídolos pois esse culto é destinado a deuses mortos.

Parte II - A Celebração Litúrgica

CAPÍTULO VII

1. Quanto ao batismo, faça assim: depois de ditas todas essas coisas, batize em água corrente, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
2. Se você não tiver água corrente, batize em outra água. Se não puder batizar com água fria, faça com água quente.
3. Na falta de uma ou outra, derrame água três vezes sobre a cabeça, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
4. Antes de batizar, tanto aquele que batiza como o batizando, bem como aqueles que puderem, devem observar o jejum. Você deve ordenar ao batizando um jejum de um ou dois dias.

CAPÍTULO VIII

1. Os seus jejuns não devem coincidir com os dos hipócritas. Eles jejuam no segundo e no quinto dia da semana. Porém, você deve jejuar no quarto dia e no dia da preparação.
2. Não reze como os hipócritas, mas como o Senhor ordenou em seu Evangelho. Reze assim: "Pai nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome, venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão-nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai nossa dívida, assim como também perdoamos os nossos devedores e não nos deixes cair em tentação, mas livrai-nos do mal porque teu é o poder e a glória para sempre".
3. Rezem assim três vezes ao dia.

CAPÍTULO IX

1. Celebre a Eucaristia assim:
2. Diga primeiro sobre o cálice: "Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da santa vinha do teu servo Davi, que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre".
3. Depois diga sobre o pão partido: "Nós te agradecemos, Pai nosso, por causa da vida e do conhecimento que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre.
4. Da mesma forma como este pão partido havia sido semeado sobre as colinas e depois foi recolhido para se tornar um, assim também seja reunida a tua Igreja desde os confins da terra no teu Reino, porque teu é o poder e a glória, por Jesus Cristo, para sempre".
5. Que ninguém coma nem beba da Eucaristia sem antes ter sido batizado em nome do Senhor pois sobre isso o Senhor disse: "Não dêem as coisas santas aos cães".

CAPÍTULO X

1. Após ser saciado, agradeça assim:
2. "Nós te agradecemos, Pai santo, por teu santo nome que fizeste habitar em nossos corações e pelo conhecimento, pela fé e imortalidade que nos revelaste através do teu servo Jesus. A ti, glória para sempre.
3. Tu, Senhor onipotente, criaste todas as coisas por causa do teu nome e deste aos homens o prazer do alimento e da bebida, para que te agradeçam. A nós, porém, deste uma comida e uma bebida espirituais e uma vida eterna através do teu servo.
4. Antes de tudo, te agradecemos porque és poderoso. A ti, glória para sempre.
5. Lembra-te, Senhor, da tua Igrreja, livrando-a de todo o mal e aperfeiçoando-a no teu amor. Reúne dos quatro ventos esta Igreja santificada para o teu Reino que lhe preparaste, porque teu é o poder e a glória para sempre.
6. Que a tua graça venha e este mundo passe. Hosana ao Deus de Davi. Venha quem é fiel, converta-se quem é infiel. Maranata. Amém."
7. Deixe os profetas agradecerem à vontade.

Parte III - A Vida em Comunidade

CAPÍTULO XI

1. Se vier alguém até você e ensinar tudo o que foi dito anteriormente, deve ser acolhido.
2. Mas se aquele que ensina é perverso e ensinar outra doutrina para te destruir, não lhe dê atenção. No entanto, se ele ensina para estabelecer a justiça e conhecimento do Senhor, você deve acolhê-lo como se fosse o Senhor.
3. Já quanto aos apóstolos e profetas, faça conforme o princípio do Evangelho.
4. Todo apóstolo que vem até você deve ser recebido como o próprio Senhor.
5. Ele não deve ficar mais que um dia ou, se necessário, mais outro. Se ficar três dias é um falso profeta.
6. Ao partir, o apóstolo não deve levar nada a não ser o pão necessário para chegar ao lugar onde deve parar. Se pedir dinheiro é um falso profeta.
7. Não ponha à prova nem julgue um profeta que fala tudo sob inspiração, pois todo pecado será perdoado, mas esse não será perdoado.
8. Nem todo aquele que fala inspirado é profeta, a não ser que viva como o Senhor. É desse modo que você reconhece o falso e o verdadeiro profeta.
9. Todo profeta que, sob inspiração, manda preparar a mesa não deve comer dela. Caso contrário, é um falso profeta.
10. Todo profeta que ensina a verdade mas não pratica o que ensina é um falso profeta.
11. Todo profeta comprovado e verdadeiro, que age pelo mistério terreno da Igreja, mas que não ensina a fazer como ele faz não deverá ser julgado por você; ele será julgado por Deus. Assim fizeram também os antigos profetas.
12. Se alguém disser sob inspiração: "Dê-me dinheiro" ou qualquer outra coisa, não o escutem. Porém, se ele pedir para dar a outros necessitados, então ninguém o julgue.

CAPÍTULO XII

1. Acolha toda aquele que vier em nome do Senhor. Depois, examine para conhecê-lo, pois você tem discernimento para distinguir a esquerda da direita.
2. Se o hóspede estiver de passagem, dê-lhe ajuda no que puder. Entretanto, ele não deve permanecer com você mais que dois ou três dias, se necessário.
3. Se quiser se estabelecer e tiver uma profissão, então que trabalhe para se sustentar.
4. Porém, se ele não tiver profissão, proceda de acordo com a prudência, para que um cristão não viva ociosamente em seu meio.
5. Se ele não aceitar isso, trata-se de um comerciante de Cristo. Tenha cuidado com essa gente!

CAPÍTULO XIII

1. Todo verdadeiro profeta que queira estabelecer-se em seu meio é digno do alimento.
2. Assim também o verdadeiro mestre é digno do seu alimento, como qualquer operário.
3. Assim, tome os primeiros frutos de todos os produtos da vinha e da eira, dos bois e das ovelhas, e os dê aos profetas, pois são eles os seus sumos-sacerdotes.
4. Porém, se você não tiver profetas, dê aos pobres.
5. Se você fizer pão, tome os primeiros e os dê conforme o preceito.
6. Da mesma maneira, ao abrir um recipiente de vinho ou óleo, tome a primeira parte e a dê aos profetas.
7. Tome uma parte de seu dinheiro, da sua roupa e de todas as suas posses, conforme lhe parecer oportuno, e os dê de acordo com o preceito.

CAPÍTULO XIV

1. Reúna-se no dia do Senhor para partir o pão e agradecer após ter confessado seus pecados, para que o sacrifício seja puro.
2. Aquele que está brigado com seu companheiro não pode juntar-se antes de se reconciliar, para que o sacrifício oferecido não seja profanado.
3. Esse é o sacrifício do qual o Senhor disse: "Em todo lugar e em todo tempo, seja oferecido um sacrifício puro porque sou um grande rei - diz o Senhor - e o meu nome é admirável entre as nações".

CAPÍTULO XV

1. Escolha bispos e diáconos dignos do Senhor. Eles devem ser homens mansos, desprendidos do dinheiro, verazes e provados pois também exercem para vocês o ministério dos profetas e dos mestres.
2. Não os despreze porque eles têm a mesma dignidade que os profetas e os mestres.
3. Corrija uns aos outros, não com ódio, mas com paz, como você tem no Evangelho. E ninguém fale com uma pessoa que tenha ofendido o próximo; que essa pessoa não escute uma só palavra sua até que tenha se arrependido.
4. Faça suas orações, esmolas e ações da forma que você tem no Evangelho de nosso Senhor.

Parte IV - O Fim dos Tempos

CAPÍTULO XVI

1. Vigie sobre a vida uns dos outros. Não deixe que sua lâmpada se apague, nem afrouxe o cinto dos rins. Fique preparado porque você não sabe a que horas nosso Senhor chegará.
2. Reúna-se com frequência para que, juntos, procurem o que convém a vocês; porque de nada lhe servirá todo o tempo que viveu a fé se no último instante não estiver perfeito.
3. De fato, nos últimos dias se multiplicarão os falsos profetas e os corruptores, as ovelhas se transformarão em lobos e o amor se converterá em ódio.
4. Aumentando a injustiça, os homens se odiarão, se perseguirão e se trairão mutuamente. Então o sedutor do mundo aparecerá, como se fosse o Filho de Deus, e fará sinais e prodígios. A terra será entregue em suas mãos e cometerá crimes como jamais foram cometidos desde o começo do mundo.
5. Então toda criatura humana passará pela prova de fogo e muitos, escandalizados, perecerão. No entanto, aqueles que permanecerem firmes na fé serão salvos por aquele que os outros amaldiçoam.
6. Então aparecerão os sinais da verdade: primeiro, o sinal da abertura no céu; depois, o sinal do toque da trombeta; e, em terceiro, a ressurreição dos mortos.
7. Sim, a ressurreição, mas não de todos, conforme foi dito: "O Senhor virá e todos os santos estarão com ele".
8. Então o mundo assistirá o Senhor chegando sobre as nuvens do céu.